Olá! Modern Horizons 2 vem chegando com a promessa de sacudir por completo o formato, e algumas das primeiras cartas reveladas têm potencial para se encaixar nos baralhos e até mesmo redefinir certos pilares do Modern - e uma breve análise delas, pensando principalmente em como podem influenciá-lo e se encaixar em decks será o tema de nosso artigo de hoje aqui na LigaMagic!
Vale lembrar, todavia, que essa são apenas impressões iniciais de algumas poucas cartas, e que do momento da escrita e publicação do artigo ainda não temos acesso à edição completa - e muitas cartas poderosas podem surgir, plenamente capazes de virar o Modern do avesso assim como Modern Horizons original fez em sua época.
● Grief
A primeira Modern Horizons trouxe o ciclo de Forca da Negacao impactando fundamentalmente a forma como alguns baralhos e partidas operavam, dando mais força para Controles com ameaças proativas poderem virar suas manas na própria vez para desenvolver mais rápido (pense em se fechar para um Jace, Teferi ou Mistico Litoforjador) e prejudicando o plano dos combos "all-in" que apostam todas as fichas em uma jogada só, geralmente nos primeiros turnos da partida.
Grief é provavelmente a carta mais impactante de MH2 até então, e quem sabe permaneça nesse posto até o final da temporada de spoilers. O poder de mágicas grátis no Modern é incomparável, e mesmo sem sinergias bonitinhas envolvendo Efemerar, a interação preta é algo que baralhos que pretendem fazer coisas degeneradas realmente podem se aproveitar. Afinal, Desmascarar é um pilar de formatos com nível de poder elevado justamente nesse estilo de decks.
Pense em um Dredge exilando aquele Amalgama Cobicado ou Calafrio Incapacitante inútil para punir a interação do adversário enquanto desenvolve, ou decks como Ad Nauseam e Griselshoal que almejam combar muito cedo (mesmo que tenham sofrido muito com banimentos recentes, ainda podem aparecer por aí). Mesmo baralhos de Trepadeira Vingativa e variações de Dimir Mill podem encaixar essa interação rápida, e é capaz que mesmo baralhos justos como Jund ou Golgari Midrange aproveitem-se do modo "valoroso" de criatura mais disrupção nos turnos médios. Golgari Yawgmoth é outro baralho que pode se aproveitar do Evocar para gerar valor com o sacrifício.
Finalmente, depois de tantos anos de apelo dos jogadores de Control azul, de tantos torneios jogando com anulações imperfeitas como No Logico, Fuga de Mana e Aprisionar, ela chegou. A Contramagica como Richard Garfield queria, enfim no Modern.
Depois de sucessivas edições que elevaram o nível de poder médio do formato ao extremo (e em acertados banimentos no meio do caminho), é difícil de imaginar que Contramagica quebre o balanço das ameaças/interações atualmente presentes.
É claro que sua eficiência e simplicidade são incomparáveis, mas ao mesmo tempo em um mundo onde existe disrupção ainda mais eficiente como Capturar Pensamento e Veu do Verao, além de ameaças resilientes leves como Wrenn e Seis e Mistico Litoforjador (fora a própria competição de outros anulas versáteis como Amuleto do Arquimago e Forca da Negacao), simplesmente anular por duas manas específicas parece incrivelmente justo, especialmente sem o acesso ao infame Santuario Mistico.
Branco vem ganhando ótimas ferramentas no Modern ultimamente, como Aparicao do Enclave Celeste e Magilacador de Elite. A recém revelada remoção Prismatic Ending é outra bela peça para complementar o rol de Caminho para o Exilio e Ventos do Abandono .
Ser capaz de exilar qualquer permanente não-terreno de maneira tão eficiente e sem desvantagem é um efeito que até então o branco não dispunha - sempre contando com permanentes vulneráveis que ficavam expostas na mesa ou sendo obrigado a fornecer algum recurso valioso para o oponente para se livrar da ameaça. Wrenn e Seis? Confere. Sombra da Morte? Confere. Calice do Vacuo? Confere, especialmente sendo possível pagar mais no custo convertido, mas somente com uma cor, assim como com Explosivos Fabricados.
Da mesma forma, é bem provável que alguns baralhos de duas cores utilizem-se da terceira cor em um Trioma ou shockland buscável para aumentar o alcance da interação aqui - por exemplo, permitindo exilar permanentes problemáticas como Clotis, Deusa do Destino, Liliana do Veu, Heliode, Coroa de Sol ou Teferi, Manipulador do Tempo.
Unmarked Grave é, como seu próprio nome diz, uma incógnita. Uma bastante perigosa, já que todos nós sabemos o quanto Sepultar é relevante nos formatos antigos. Embora custando o dobro de manas, sendo feitiço e com a cláusula não-lendária impedindo que Griselbrand e Emrakul, o Fragmento dos Eons adentrem o cemitério para voltarem ao campo de batalha por meios injustos, as possibilidades ainda são reais.
Em termos de reanimação, Terastodon, Leviata de Tinteiro e Esfinge do Vento de Aco são opções, assim como várias criaturas com efeitos de entrar em jogo/morrer para funcionar com Passos de Goryo (Brutamontes Multiforme, Primaz Desmatador). Colocar cartas como Eco das Eras e Vida da Marga no cemitério é outra possibilidade, embora baralhos que objetivam utilizar essas cartas como geradores de valor ainda não estejam exatamente prontos competitivamente falando.
O banimento de Espirito-Guia Simio foi o golpe final no Ad Nauseam, ao menos na forma como o conhecíamos anteriormente. O baralho evoluiu para um combo mais voltado em Oraculo de Tassa e Despojos da Camara, utilizando-se de Ad Nauseam somente como mais uma forma de gerar valor ou peça do combo somente em estágios mais avançados da partida, com bastante mana de sobra.
Profane Tutor pode ser uma grande adição ao agora combo de três cartas, suspendendo-o no turno 2 para achar a peça que falta na hora de combar no quarto turno, ou mesmo uma proteção adicional como Pacto de Negacao. Ao adotar mais cartas pretas nos espaços voltados à consistência do baralho, é possível tornar mais consistente a adoção de Grief como forma de proteger o combo e atacar a mão do oponente.
Tem um bom tempo que os tritões andam em baixa no Modern, já que é bastante difícil justificar um aggro tribal disruptivo diferente do Humans e seu plantel de estrelas. Rishadan Dockhand pode ser a criatura que faltava para adicionar redundância aos drops 1 que atacam na mana do adversário junto de Caca-Maldicao, atingindo também uma massa crítica de curva baixa necessária para potencializar a abundância de "lordes" (Senhor da Atlantida, Mestre do Tridente Perolado, Reejerey Sirenideo).
Já tem um tempo que o Dimir Mill é um sólido Tier 2 do Modern, sempre fazendo com que os oponentes tenham de respeitá-lo com Bencao de Gaia e titãs Eldrazi nas reservas. Fractured Sanity é uma opção bastante interessante, já que ao triturar quatorze cartas de uma só vez, é o efeito que por si só mais ataca o baralho adversário.
O custo triplo azul, entretanto, não é nada trivial, e provavelmente vai exigir alguns ajustes na base de mana e sequenciamento de terreno nos turnos iniciais. Mas o que faz a carta brilhar é sua habilidade de reciclar, permitindo ainda triturar quatrocartas enquanto busca por respostas específicas para situações problemáticas ou mais terrenos para ativar a aterragem dos caranguejos.
E chegamos ao "ódio" do Tron que vai "acabar-com-o-baralho-só-que-não" da vez - Void Mirror. Embora seja capaz de punir mãos que envolvam somente os terrenos de Urza (e o famigerado Karn Liberto no três), para o Mono Green Tron é relativamente simples de contornar ao utilizar-se das florestas básicas e Estrela Cromatica/Esfera Cromatica para complementar a bomba.
Mesmo o Eldrazi Tron pode maximizar em Caverna das Almas para ambos mana colorida e não poder ser anulado, e até mesmo encaixar pain lands (Floresta Karplusana) assim como seus antecessores Bant Eldrazi e Gruul Eldrazi um dia fizeram.
Agora onde Void Mirror pode ser mais interessante é contra baralhos baseados em Como Predito, Eletrodominancia ou os de cascata com Restaurar o Equilibrio e Morte Vivida, que não conseguem simplesmente contornar o incômodo artefato sem de fato tirá-lo do campo de batalha.
Entretanto, uma forma errônea de tratá-lo é pensar em todas as mágicas gratuitas que ele é capaz de parar (Forca da Negacao, Crescimento Mutagenico). Afinal, boa parte dos decks que utilizam-se de algumas mágicas grátis são plenamente capazes de conjurá-las por um custo convencional, e tampouco são dependentes delas para fazer seu plano principal acontecer. Fazer "duas manas nada" gastando uma carta ainda é uma excelente forma de perder partidas em um formato tão dinâmico como o Modern, afinal.
E quanto a vocês, leitores, qual a opinião de vocês quanto às cartas citadas no artigo de hoje? Ou quem sabe alguma carta interessante que tenha saído no spoiler e não tenha sido citada? Quais outras opções estão em seu radar? Compartilhem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!
E nada contra isso, de verdade.
Fico aqui no aguardo de um artigo com os spoilers na totalidade.
Humans tem a chance de voltar, assim como podem surgir um domain Zoo e um sucessor espiritual do Hollow One, mas não tinha como imaginar nada disso no começo.