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Classificando o Power Level do seu Commander!
Hoje iremos aprender uma forma de analisar o Power level do seu commander de uma maneira simples!
17/02/2021 10:05 - 32.314 visualizações - 76 comentários
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Fala galera, tudo certo? 

 

No mês de janeiro tivemos um pequeno hiato, porém estamos de volta com a nossa coluna sobre commander competitivo. 


Assim como nosso último artigo, esse também terá uma abordagem mais ampla, abrangendo tanto o cEDH quanto o commander tradicional, já que hoje falaremos sobre power level. 

 

Muito se diz a respeito desse assunto pela internet afora, de formas diferentes mas sempre num mesmo padrão. 


Essas classificações servem como uma forma de parametrizar seus decks para que não haja uma discrepância muito grande entre um deck e outro numa mesa onde todos querem se divertir, evitando situações onde presenciamos os chamados Pub Stomps

 

Pra quem não é muito habituado à essa expressão, PubStomp é usada para descrever uma ocasião onde numa mesa com quatro jogadores, um deles tem um deck com o power level muito elevado em relação aos demais propositalmente, causando um enorme desconforto por vários motivos. 


Essa prática é muito mais comum do que parece, e é ligada com freqüência ao cEDH por pessoas que crêem que um deck mais forte seja um deck competitivo, o que não é verdade, já que existem inúmeras classificações para definir o power level dos decks. 

 

Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que estaremos utilizando uma tabela de ranking que vai de 1 à 10 em ordem crescente.

 

Então como de praxe, sem mais delongas e vamos ao que realmente interessa!

 

 

1 & 2 – Decks sem foco


Nos níveis 1 & 2 temos a mais baixa das classificações, geralmente presentes em grupos que estão iniciando agora no formato, ou até mesmo no magic através do commander. 


No grupo 1 é comum vermos decks que não tem objetivos, e seus únicos parâmetros são os padrões de criação do formato, onde o jogador apenas junta suas melhores cartas, uma criatura lendária e vai jogar com uns amigos. 


Esses decks não se preocupam com redundância, curva de mana, entre outros conceitos simples, que acaba gerando uma grande sequência do famoso “mana vai” por longos turnos.


Já o grupo 2, apesar de também não ter um foco específico, já possui um ponto de partida, geralmente baseado em uma pet card ou conceito que o jogador julga interessante, como decks de “Ladies looking left” por exemplo. 


Em ambos os casos os decks não possuem win condition definida, se limitando a ganhar através do combate e contando muitas vezes com a sorte, fazendo com que essa fase seja relativamente rápida, pois com um pouco de contato com outros jogadores e um pouco de experiência adquirida é possível ter um bom upgrade. 

 

3 & 4 – Iniciantes

 

Dentro dos níveis 2 & 3 é onde temos contato com os famosos decks pré construídos, o que colabora para a grande densidade de jogadores que eles possuem. 


O nível 2 especificamente, são decks pré construídos sem nenhuma mudança, onde temos bases de mana com muitas Taplands e Guildgates, pedras de mana não muito efetivas, além de contar com muitas cartas que chamamos de “Tapa-buraco” apenas para atingir a quantia correta.


Então já devem imaginar que o nível 3 seja onde ficam os decks pré construídos modificados pelos jogadores, geralmente melhorando de forma singela suas bases de mana, substituindo tap lands por scry lands, por exemplo. 


Também vemos uma melhora significativa na curva de mana, contando com a adição e melhora na qualidade de ramps, além de também conseguirmos enxergar uma win condition definida, mesmo que muitas vezes sejam através de combos de muitas peças e muito sensíveis. 


Geralmente nesses níveis vemos muito poucas respostas e tutores, aparecendo também com custos muito altos para o que fazem.

 

5 & 6 – Decks Funcionais


Os níveis 5 & 6 são geralmente onde muitos jogadores acabam se localizando, tanto por ser um ambiente extremamente receptivo e quanto por também ser muito mais acessível.


 Ambos são muito parecidos, porém com uma distinção que envolve também a experiência do jogador. 


No grupo 5 temos aquele player que se dedicou a melhorar o seu deck pré construído de forma consistente, adicionando remoções globais, cartas para lidar com ameaças específicas, e já conhece e sabe trabalhar o conceito de card advantage. 


Ele também já possui um objetivo, mas que é limitado para respeitar um budget, colaborando para a presença de cartas com bons efeitos, mas custos altos e condições complicadas. 


Do outro lado, no grupo 6 temos jogadores que já conseguem montar decks com boas sinergias e um plano de jogo sólido, onde a escolha de cartas tem um foco melhor, porém ainda com um pouco de variância na eficiência.


Uma melhora na curva de mana também pode ser constatada na forma de lands que entram de pé ou tem algum efeito utilitário condizente com a estratégia. 
Geralmente nessa condição o budget é um pouco mais alto. 


7 & 8 – Otimizados


No grupo 7 podemos dizer que começamos a jogar com um pouco de poder, já que a prioridade é encontrar sempre as melhores cartas para sua estratégia, também contando com um aumento significativo no número de tutores, independente de seus custos de mana. Além disso, temos um foco maior em seguir uma estratégia principal e evitar linhas paralelas que desviam o jogador dele. 


Esse grupo está a uma linha muito tênue em relação ao grupo 8, que é diferenciado principalmente por ter um limite budget ligeiramente maior, onde o custo de mana de suas cartas geralmente é escolhido com mais cautela, assim como uma base de mana muito melhor construída. 


Geralmente as estratégias neste nível são muito mais claras e possuem planos de jogo mais consistentes, priorizando um objetivo que tem múltiplas formas de ser alcançado. 

 

9 & 10 – cEDH

 

Adentramos por final o último andar desse ranking, onde temos definidos os chamados decks competitivos, que constituem um pequeno nicho dos jogadores de commander, incluindo esse que vos escreve. 


No grupo 9 estão presentes os decks cEDH de tier2 que já possuem grandes características de um deck competitivo, como por exemplo a prioridade por não abrir brechas para “dead slots” além da capacidade de conjurar múltiplas mágicas por turno, incluindo o turno 1. 


Há também uma preocupação muito maior em ser resiliente, podendo jogar avançando seu plano de jogo mas recuando e sendo responsivo em certos momentos específicos. 


Aqui os planos de jogo menos consistentes e que exigem mais peças são logo descartados, como por exemplo o beat down, que acaba demandando uma formação mais lenta de um board state


Apesar disso, ainda temos espaço para trabalhar com um budget e estratégias diferenciadas, que são chamadas comumente de “Fringe Decks”.
 

Já na Décima camada temos contato direto do que é chamado de Tier1 do commander competitivo, onde as cartas são minuciosamente selecionadas por suas funções, a fim de eliminar por completo os dead slots. 


Geralmente estamos lidando com listas que têm uma consistência enorme para exercer sua função logo no primeiro turno, capaz de lidar de forma eficiente com ameaças dos oponentes. 


Nesse âmbito não temos um limite budget, por isso decks de valores muito altos são comuns, visto que o principal objetivo é usar o que existe de melhor para cada função. 

 

Espero que assim como nosso glossário esse artigo seja útil para todos os jogadores que possuem alguma dúvida sobre esse assunto.


Se você gosta desse formato de artigo mais informativo, ou tem alguma sugestão, crítica ou algo a dizer, deixe nos comentários por que sempre leio e levo em consideração :D

 

Agradeço a todos que leram até aqui, e não se esqueçam de entrar no nosso grupo cEDH Brasil no facebook e acompanhar o nosso canal na Twitch (twitch.tv/papo_cedh) que é uma extensão de nossa coluna de uma forma mais próxima de quem nos acompanha. 

 

Um grande abraço a todos, e até a próxima!

 

 

Por Jefferson (Jeff) Barbosa

Jefferson C Faria Barbosa ( D3AD)
Jefferson Barbosa, mais conhecido como Jeff, conheceu Magic em Lorwyn e desde então vem aprofundando seu amor por card games. Desde sempre se considerando um amante do competitivo, participou da criação do grupo cEDH Brasil e vem criando conteúdo sobre formatos multiplayer em projetos conjuntos e independentes!
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram
Comentários
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- 08/06/2022 16:41:27

Esse caso que vc comentou do cEDH PL7 só mostra q tem gente q n tem/usa critérios bem estabelecidos, que n se informa a respeito e atribui o número q acha cabível. Aí tbm n tem como n ser subjetivo, mas se vc for pensar entre as diferenças entre 3, 5, 6, 8 e 10 de forma objetiva n é algo difícil encaixar seu deck em uma dessas categorias. Durante o próprio processo de deckbuilding vc pensa: "quero fazer esse deck o mais poderoso possível" ou "quero fazer esse deck para brigar justo com os precons do meu playgroup" ou "quero que meu deck ganhe nos turnos 1,2 ou 3, logo vou pegar esse comandante e montar a estratégia para combar o mais rápido possível".
Mas é isso essa dificuldade eu creio q pode ser por vários motivos, mas não vejo como uma classificação subjetiva, as pessoas não saberem usa-la é q torna ela subjetiva.

(Quote)
- 08/06/2022 15:11:45

Para mim isto tudo é muito subjetivo, a despeito de qualquer outra crítica e desinteresse que eu tenha com relação à filosofia e ao framework cEdh.

Na minha opinião esta escala até 10 é apenas a conveniência de um número redondo que fica bonito no gráfico, a coisa é muito mais analógica (ou vai me dizer que entre os power level 10 nao há uma estratégia estatisticamente mais forte que as demais que o tornaria um PL 11?)... Eu vejo anúncios na liga do tipo "vendo cEdh power level 7" e cofesso que isto me da muita preguiça, pq é completamente questionável como este número foi auferido, já que o valor tem componentes relativas e absolutas, e lança-se novas coleções a cada 2 meses que podem mudar o entendimento de qua a combinação supostamente perfeita de cards.

Eu acredito que se houvesse um modelo de Machine Learning para classificar sua lista em uma escala (que eu particularmente acredito que nao precisa ser de 1 a 10, pode ir ate 7 ou 13 a depender de um trabalho de análise de dados para ajudar a criar estes agrupamentos) seria algo muito bem vindo para quem gosta desta forma de jogar commander, e ninguem ficaria discutindo se é PL 5 ou 6 da forma como fazemos com carta MP x HP.

(Quote)
- 08/06/2022 11:15:46
Vejo muitos players e canais no youtube dizendo que definir power level é algo muito subjetivo, difícil e complicado. Eu discordo totalmente, o modo explicitado nesse artigo é bem objetivo, a única diferenciação que gostaria de ressaltar é entre 7 e 8 (considero uma parte grande da player base e em que ocorrem muitas tretas), na minha concepção o que diferencia o power level 7 do 8 é a presença de combos que imediatamente terminam o jogo. No PL7 vc otimiza o seu deck para uma estratégia, porém essa estratégia não consiste em "combar" e finalizar o jogo "de supetão", ou até mesmo roda 2 cartas que podem fazer isso em seu deck mesmo que não seja a wincon q vc busca no deck. Já o PL8 conta com essas wincons, não como no cEDH que vc tenta ganhar turnos 1 2 e 3, mas vc ganha utilizando um combo infinito nos turnos 5, 7 ou até 10.
Eu acho que é uma diferenciação importante porque esses decks coexistem em muitas mesas, e se em uma mesa há 3 PL7 e 1 PL8 os de menor nível têm que estar cientes que um deck na mesa pode finalizar o jogo de forma abrupta, e que provavelmente interações contra esse player têm que permanecer ativas. É muito frustrante estar em um jogo acirrado e balanceado contra seus oponentes e simplesmente um deles faz: kiki-Jiki ganhei, os outros players devem ao menos saber que a possibilidade disso acontecer existe, para evitar um fells-bad enorme.
(Quote)
- 08/06/2022 11:02:49

Ou seja, a maioria.

Tem hora que eu acho que jogador de Magic gosta mais de ostentar do que funkero.

(Quote)
- 08/06/2022 06:19:11

Pior que tirando esses campeonatos que as lojas promovem hoje em dia, não vejo alguém impedindo o outro de jogar só pq ta usando um deck todo de proxies, inclusive acho que se não ta valendo nada é bom pra treinar em como jogar melhor com seu deck. Mas sempre tem aquele que implica, mas ai quer mais ostentar do que competir.

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