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Hora do Pauper: Monarca
Como uma mecânica pensada para o limitado influencia o formato.
06/10/2020 10:05 - 6.294 visualizações - 7 comentários
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E aí pessoal, tudo bem? Aqui quem vos escreve é o Heli e hoje venho fazer uma análise do impacto da mecânica de Monarca dentro do formato. Desde seu lançamento, a mecânica entrou e impactou tanto que temos decks muito sinérgicos que a utilizam, trazendo um valor de jogo imenso para quem souber administrá-la. 
 
A mecânica foi lançada na coleção Conspiracy: Take the Crown (somente em inglês) em 2016, sendo uma edição concebida para o draft. Várias mecânicas e cartas diferentes fazem dessa coleção uma forma bem peculiar de jogar draft, mas bem divertido. Conspiracy se situa no plano de Fiora, sendo o local de origem dos planewalkers Dack Fayden e Daretti, onde a intriga e conspiração são a lei, até por isso a mecânica de Monarca existe, representando a luta incessante pela coroa. 

 
Monarca é uma designação de jogador, onde começamos o jogo sem ninguém com esse status, que só é atribuído quando a habilidade de uma carta diz isso. Ao se tornar o monarca, o jogador pode perder o status quando sofre dano de combate ou quando um oponente usa alguma carta que lhe concede esse status. Existem outras situações em que alguém pode se tornar o monarca, mas são específicas para jogos entre mais de dois jogadores. Mais detalhes sobre a mecânica podem ser encontradas no glossário de Regras Abrangentes (faça download no site da WotC aqui) na regra 718 (veja aqui essa regra no blog MagicJudges). Para representar qual jogador é o monarca temos um emblema, que funciona da mesma forma que os emblemas de Planinauta ou da Benção da Cidade, não tendo nenhuma carta que interaja com esse tipo de permanente.
 
 
 
Sendo uma mecânica desenvolvida para outros fins, não acredito que ela tenha sido pensada ou pelo menos testada no Pauper, pois seu impacto alterou os rumos que o formato tomou a partir de seu lançamento. Porém um problema aconteceu e a velha diferença entre MTGO e o tabletop voltou à tona: Conspiracy só teve impressão física, como jogar com essas cartas no digital? Bom, isso foi parcialmente resolvido via Treasure Chests, onde tivemos o lançamento de Entourage of Trest, Palace Sentinels e Thorn of the Black Rose. Crown-Hunter Hireling foi corrigido com o lançamento de Renascer de Zendikar e agora se tornou jogável no MTGO, porém o monarca azul ainda não tem previsão de quando aparecerá (não que faça diferença, pois sua segunda habilidade não faz sentido para o Pauper).
 
Essa discussão sobre disponibilidade da carta é justa, pois temos visto o uso do Crown-Hunter Hireling em algumas listas de UR Skred. Familiar do Caldeirao estava sofrendo do mesmo problema e foram praticamente dois meses entre seu lançamento e sua disponibilização no MTGO, o que me parece um prazo extenso para um formato que possui um grande apelo na plataforma, inclusive sendo possível chegar ao Championship (antigo Players Tour) jogando Pauper.
 
Dois decks se destacam pelo uso da mecânica: Boros Monarca e Orzhov Pestilência. Sendo uma forma extremamente eficaz de ter vantagem de cartas, porém exige que o deck seja montado para isso, ou seja, ter ferramentas para te possibilitar usar a mecânica e se manter com o status durante o maior tempo possível. Já ouvi comparações de que a mecânica de Monarca para o Pauper é o que os Planinautas oferecem para os formatos em que estão disponíveis e eu acho uma comparação justa. Planinautas são difíceis de lidar diretamente, exigindo que uma boa parte das criaturas atacantes seja direcionadas a eles, alterando completamente o curso das partidas, além de normalmente oferecerem vantagens de jogos, por possuírem habilidades efetivas, sem o uso de cartas para isso. Sendo o monarca, você compra uma carta a mais por turno, te oferecendo uma vantagem direta em relação a seu oponente, porém temos cartas bem menos impactantes, sendo necessário focar seus recursos para a proteção desse status. 
 
Como eu disse, o UR Skred tem utilizado a mecânica, bem como as versões de Dimir, exatamente contra os decks voltados para esse mecânica, mas não com foco nela e sim como ferramentas para atrapalhar o jogo do seu oponente, te gerando recursos ou simplesmente negando isso à seu oponente. Ter a disposição já é o suficiente para impactar no plano de jogo dos decks que funcionam com base no Monarca, até porque o último que conjura a criatura com essa habilidade é normalmente quem consegue tirar a maior vantagem. E é aqui que começam as controversas, pois muitos acreditam que seja uma habilidade difícil de ser mantida, pois com qualquer dano de combate você perde seu status, entretanto uma outra parte acredita que temos respostas mais do que suficientes para segurar esta vantagem do seu lado da mesa. 
 
Mesmo sendo uma mecânica extremamente forte quando em campo, você precisa resolver uma carta para que ela atue, ou seja, se torna arriscado enfrentar decks que possuem anulações. Isso pode ser frustrante para os decks que tenham a mecânica como centro, pois é difícil criar situações onde a estrutura criada seja suficiente para suprir a falta da geração de recursos. Entretanto o formato é orientado para criaturas, então é necessário um bom plano para lidar com elas, pois é o jeito mais comum de perder o status de monarca. Cordões Prismáticos e toneladas de remoções são as maiores ferramentas para essa manutenção e é onde mais reclamações aparecem. Nas pesquisas para esse artigo, encontrei uma thread no Reddit (que pode ser lida aqui) que, resumidamente, diz que se você acha que uma carta com efeito de fog é forte demais para o formato, a resposta não é banimento e sim a impressão de novas ferramentas para counterar isso. E esse é meu argumento principal para o desenvolvimento do formato, por que assim você pode manter o power level do formato, tendo respostas para a maiorias das ameaças.
 
E o que você acha sobre a mecânica? Acredita que ela seja justa? Acha que algo precisa ser banido? Acha que temos respostas o suficiente? Deixem seus comentários e vamos discutir mais sobre essa icônica mecânica.
 
Galera, vou ficando por aqui e espero que tenham gostado da análise. Um abraço a todos e até mais!
Heli Mateus ( helimateus)
Heli Mateus conheceu o Magic em 1998, mas começou a jogar em 2015 quando conheceu o
formato Pauper. Hoje é entusiasta do formato e produtor de conteúdo, principalmente como
podcaster sendo cohost do RakdosCast.
Redes Sociais: Facebook, Instagram, Twitter
Comentários
Ops! Você precisa estar logado para postar comentários.
(Quote)
- 08/10/2020 15:04:29
Se você for reparar, as únicas criaturas nao-monarca consistentemente utilizadas na maioria das listas independentemente do archetype são:
Fada, Kor skyfisher ou mulldrifter
Precisamos de criaturas melhores
(Quote)
- 08/10/2020 15:02:26
Monarca só é tão forte assim no pauper porque a diferença do Power level entre remoções e criaturas é gritante
O "problema" do monarca existe porque a wizzards insiste em adicionar cada vez mais remoções, mais fortes e universais, tornando a tarefa de manter o monarca muito mais fácil (vide que pós cast down e abrade, o power level do monoblack, pestilence, UB e boros monarca subiu absurdamente, e os dois últimos inclusive se consolidaram como os dois decks mais fortes do formato)
A solução mais fácil e consistente é simplesmente dar criaturas midrange melhores para o pauper, assim fazendo ser possível roubar o monarca
(Quote)
- 06/10/2020 22:15:02
Acho justo. Existe dezenas de cartas não exploradas no formato, e dizer que algo que pode ser de fácil troca tem que ser banido? Existe muitos side pra decks do meta, e pra deck que usa monarch não?
(Quote)
- 06/10/2020 16:12:36
Acho ela extremamente justa, se vc n souber segurar monarca ou for precipitado vc simplesmente perde o jogo.
E com bastante decks aggros o monarca e carta morta na mão. E uma chance de dekcs mid como boros conseguirem gerar vantagem e enfrentar a badmatch c tron. N acho necessidade de ban por q isso acabaria com um dos pilares do pauper.
(Quote)
- 06/10/2020 13:17:20
Monarca é um problema para mim no pauper. A impressão de que o jogo fora perdido somente porque o efeito resolveu em mesa é sempre evidente. Tentei uma lista de RDW com enfoque no haste, mas, como havia citado no artigo, existe sempre uma carta de prevenção/remoção resistindo aos ataques. Daí eu cheguei numa lista Gruul antimonarca com intuito de superar 2 decks: Boros e Monoblack. Gostei muito do resultado, fazendo 2x0 frequentemente. O pauper é um formato tanto justo quanto com power level alto, contudo, na minha opinião, a habilidade monarca não deveria pertencer à este.
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