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Vermelho é uma opção no cEDH! Pt2
No artigo anterior dissecamos a utilização do branco no commander, e hoje falaremos de outra cor que vem ganhando o mesmo espaço, o Vermelho!
24/09/2020 10:05 - 5.641 visualizações - 4 comentários
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Fala galera, tudo certo?

 

No artigo anterior falamos um pouco sobre como a cor branca tem ascendido e vem ganhando espaço dentro do commander competitivo, onde nunca foi uma protagonista. E assim como ela, a cor vermelha também começou a ter seu lugar ao sol recentemente, se mostrando muito mais do que uma simples cor de suporte e tornando-se peça importante em diversos decks do atual meta. 

 

Ao contrario do branco, dessa vez não focaremos em analisar a cor individualmente, mas sim entender como ela tem sido combinada a outras cores, e o quanto isso afetou a escolha de diversos comandantes. 

 

Então sem mais delongas, vamos ao que interessa!

 

 

A cor vermelha

 

As cinco cores do magic the gathering

 


Quando falamos em vermelho, é quase que automático pensar em dano direto, swarm com criaturas e goblins. 

 

Quem nunca viu um Krenko que causou o caos na mesa, e que no jogo onde não se desenvolveu respondeu seus oponentes com um Ato Blasfemo, ou uma Estrela da Extincao?

 

Essas características se tornaram grandes estereótipos ao longo dos anos por conta da escassez de “atualização” dentro da color pie, a deixando sempre a mercê de builds limitadas, mas que na mão de commandeiros e admiradores sempre foi um prato cheio.

 

No cEDH ela sempre foi uma cor de suporte por flertar, juntamente ao azul, com mágicas instantâneas e feitiços de uma forma significativa, trazendo a tona estratégias baseadas em looting e storm. 


Isso fica muito evidente quando notamos que até hoje, em decks de tier alto, ela sempre aparece na forma Izzet, de mãos dadas com a gotinha de choro azul que é o terror de quem odeia um jogo não determinístico.


Isso acontece pois apesar de carecer de card advantage, o vermelho tem certa facilidade em alimentar o cemitério ao mesmo tempo que te fornece uma rotação de recursos, e combinado ao azul isso se torna ainda mais forte pelo aumento de interações com o cemitério que as cores te fornecem. E com a adição de mais cores, isso só aumenta.


Ao contrario do que falamos sobre o branco, no cEDH o vermelho tem staples muito conhecidas e as vezes indispensáveis, o que faz com que tenha uma incidência maior, como por exemplo:


  


Os efeitos de roda vermelhos são com certeza uma marca registrada, e que encaixa bem em qualquer deck que utilize a cor. 


Comprar sete novas cartas, alimentar o cemitério e ainda possivelmente desabilitar cartas que foram tutoradas pelos seus oponentes tem um peso enorme no cEDH. 


Alem disso, existem diversos truques que podem ser feitos utilizando esse tipo de efeito, por exemplo quando resolvemos uma Wheel of Fortune seguida de um Ladrao de Nocao, ou enquanto há uma Narset, Rasgadora de Veus em jogo, te colocando muitas vezes numa posição de vitoria. 


Atualmente podemos citar no meta um deck muito importante que se baseia nesse tipo de efeito, sendo ele o grande Opus Thief, onde temos como comandantes Kraum, Opus de Ludevic, e Timna, a Tecela.


 
 

Outra grande função para efeitos de roda, é combina-los uma estratégia chamada Curiosity, e que tem esse nome justamente por conta da carta Curiosidade, que permite que dano direto seja transformado em Draw, e como foi falado no inicio do assunto, quando misturamos vermelho e azul temos grandes resultados, como por exemplo Brallin, Ginete de Tubarao-celeste e Shabraz, o Tubarao-celeste, que conseguem através disso ganhar utilizando a própria fase de descarte. 


Também vale mencionar o pioneiro do curiosity, Niv Mizzet, e também nosso já chegado Thrasios, Triton Hero e Vial Smasher the Fierce, que também são ótimos decks que seguem essa mesma premissa. 


 

 

E quando falamos de staples vermelhas não podemos deixar de mencionar a prova de que o vermelho consegue ser uma cor responsiva e faz isso de forma decente, utilizando de counters (Sim, Counters!) e outras respostas que muitas vezes podem mudar o rumo de muitos jogos, principalmente no cEDH, já que temos mágicas de baixo custo e que além de versáteis, acabam se encaixando perfeitamente no meta, como é o caso de Pyroblast, Red Elemental Blast e Deflecting Swat


 
 

Anular uma mágica azul ou destruir uma PERMANENTE azul pela bagatela de 1 mana é no mínimo muito forte, principalmente quando consideramos que azul é a cor mais presente no commander competitivo, e como se isso não fosse suficiente, ainda temos a chance de usar uma “segunda cópia”, já que Red Elemental Blast faz exatamente esse mesmo efeito e pelo mesmo custo de mana. 


Já a nossa queridinha Deflecting Swat vem ganhando espaço por ser uma carta extremamente versátil, se tornando uma Free Spell caso seu comandante esteja em jogo, o que é algo comum em muitos decks!


Além do mais, ela pode ser usada de modo surpreendente contra mágicas que não podem ser anuladas, como Veto de Dovin, por exemplo. 


E pra quem já conhece, nossa cor tem um histórico de agressividade quando se diz respeito a lidar com problemas, e ao contrario do branco que busca fazer isso desacelerando e taxando o seu oponente, no vermelho esse tipo de carta vem com um soco no estomago, e um velho exemplo disso é Ferver e Mares Fervilhantes, que mostram que ser inimigo de um um mono R não é nada interessante.


Mas dessa vez vamos falar de outras duas cartas que tenho certeza que muitos jogadores já conhecem e tem algum tipo de magoa: 


 
 

Pra quem nunca foi vitima de uma Lua Sangrenta ou seu fiel companheiro Magus da Lua, não sabem o que é uma das sensações de impotência mais frustrantes do magic. 


Principalmente para nós, jogadores de commander competitivo onde a maior parte da base de terrenos é composta por nonbasic lands, essas duas cartas são uma das peças de stax mais problemáticas do formato. 


Ter suas fetch desabilidades e duais se tornando montanhas é muitas vezes um enorme problema, e para que isso não aconteça é muito comum que Blood Moon se torne um chamariz de counters e remoções, o que também serve para abrir caminho para novas mágicas mais decisivas. 


E ao contrario do que muita gente pensa, Blood Moon e Magus of the Moon não necessariamente precisam entrar em decks mono red, e fazem uma enorme diferença em decks de até 3 cores! 


Um exemplo disso é brallin e Shabraz que a utilizam como forma de ganhar tempo, já que mesmo sendo Jeskai, a comandante principal é vermelha.


E por fim, precisamos falar sobre as atuais melhores cartas do cEDH, e por que elas estão sendo tão utilizadas. 


Começando pelo encantamento que tem construído uma imagem invejável dentro do formato e trazido muitos novos adeptos para o vermelho:




 

Ruptura do Submundo foi desde seu lançamento em Theros, Além da Morte um destaque muito grande por oferecer uma interação absurda com o cemitério, dando uma sobrevida à combos por um drawback muitas vezes ridículo. 


Já estamos muito familiarizados com outras cartas semelhantes, como Determinacao de Yawgmoth e Kess, Maga Dissidente que assim como ruptura oferecem a possibilidade de retrabalhar cartas do cemitério a seu favor. 


 
 

Principalmente após o banimento de Flash tivemos um crescimento na escolha por comandantes que conseguem encaixar combos de consultation em suas listas, potencializando a busca por backups, como comentamos na parte 1 sobre Reivindicacao de Sevinne, que trouxe para o branco um respiro e possibilitou até a formação de uma “One card combo” juntamente a Ruptura e LED se tutoradas com intuição, que logo falaremos um pouco mais. 


E essa preferência por cards de backup se encaixou perfeitamente, já que temos grande incidência de Wheels e Lootings num meta onde o grave funciona como uma segunda mão. 


 
 

Transacao Aleatoria, e Intuicao são grandes exemplos de como efeitos de backup podem ser extremamente fortes, já que conseguimos quebrar o Drawback do descarte, aproveitando tutores de baixo custo para muitas vezes ganhar o jogo os refazendo. 


No caso de intuição temos uma situação em particular onde podemos tutorar Ruptura do Submundo, Reivindicacao de Sevinne e Lion's Eye Diamond, preparando toda a cama de gato a partir de apenas um tutor, já que eles podem se recuperar do cemitério com facilidade, exigindo apenas por um finisher, que atualmente tem sido Congelamento Cerebral, que alem de gerar food para o efeito de escapatória, consegue finalizar seus oponentes millando todo o seu deck. 

 


E por ultima mas não menos importante, vamos falar sobre o goblin considerado por muitos a melhor carta vermelha da atualidade, por ser além de muito versátil, uma peça de combo que não é dead slot em quase nenhuma situação do jogo. 



Nosso tão amado Extorsionista das Docas, lançado em commander 2019 veio com o pé na porta do cEDH, causando rebuliço dentro da comunidade e possibilitando inúmeras opções de combos e decks que utilizassem mais o vermelho. 


Como todo mundo já esta cansado de saber, geração massiva de mana é um efeito muito forte e fácil de fazer o que chamamos de “Exploit”, que consiste em encontrar formas de repeti-lo para gerar quantidades cada vez maiores de mana até conseguir uma wincondition. 


Mas com tantas opções, por que o Extorsionista das Docas

 

Por apenas 1R, nosso goblin consegue entrar cedo no jogo, se pagando e muitas vezes te acelerando em pelo menos 2 ou 3 manas, e de qualquer cor. 


Fora isso, ele também se beneficia de um jogo longo, onde seu efeito vai ficar cada vez maior, tirando uma enorme vantagem da vantagem dos seus oponentes. 


E mesmo no cemitério, como vimos nos combos anteriores, ele pode fazer um papel parecido com a de Lion's Eye Diamond, gerando tesouros para reconjurar as outras peças do cemitério. 

 

Um exemplo de exploit que vem sendo mais estudado ultimamente é do novo cavalinho lendário que junto ao dockside e um sink, pode te garantir a vitoria através de blinks. 



 

Exigindo apenas que seus oponentes controlem 4 artefatos ou encantamentos, emiel consegue blinkar o goblin por 3 manas, sobrando sempre um tesouro, o que gera mana infinita por um “baixo custo”. 

 

Todos esses exemplos tem bases muito mais complexas, porém o intuito é mostrar como o vermelho tem sido uma peça importante dentro do meta atual. 


Muita coisa vem mudando com o lançamento de novas cartas, o que deixa tudo que foi escrito até aqui passível de erros e novos estudos. 

 

Obviamente que existem formas de utilizar bem a cor de modo singular, mas no cEDH, seu único representante ainda vivo é o nosso querido Godo, Bandido Senhor da Guerra, que mesmo sendo muito conhecido pela sua eficiência, é um deck bastante rogue por possuir poucos recursos se comparado ao que sua cor pode oferecer se mixada as demais.

 


 

 

Outro fator curioso a se notar quando falamos do Godo, é que diferente do que foi dito no inicio, ele tem uma mecânica mais voltada ao ao “one hit kill”, que consiste em colocar o comandante na mesa com o intuito de conseguir a vitoria naquele mesmo turno. 


Esse tipo de estratégia é comumente chamada de “Glass Cannon”, ou no português bem brasileiro, “Tudo ou nada”, já que caso seja impedido numa dessas investidas teremos grande dificuldade de traze-lo de volta ao jogo. 


Tudo isso só é possível por uma outra característica muito presente nessa cor, que vem de muito tempo, que é a sua capacidade de interagir com artefatos, seja os destruindo, reanimando ou transformando-os em grandes armas, literalmente! 


E essa sua afinidade com artefatos, no caso do Godo, trabalha diretamente com um equipamento que cria um combo com o comandante, dando nome ao deck: Godo Helm.  


E já aproveitando essa deixa, dificilmente teremos outro deck mono Red com essa mesma presença, mas até hoje temos combos muito bons que utilizam apenas dessa cor como base para se desenvolver e que merecem ser mencionados, como é o caso da linha de Divergent Transformations, que trabalha em torno de um combo de criaturas que pode ser buscado diretamente do deck!

 

 


Apesar de hoje em dia ser menos utilizada, essa estratégia em decks rogue pode funcionar muito bem em diversos playgroups, já que é facilmente tutoravel, possui poucos dead slots e é um combo “barato”. 

 

Ele consiste basicamente na resolução da carta Transformacoes Divergentes, que é uma mágica instantânea que ira custar 3R por sua habilidade “inabalável”, e que tem como efeito exilar duas criaturas alvo. 


Após isso voce irá revelar cards do topo do deck até encontrar duas outras criaturas e coloca-las em jogo, o que fica perfeito quando seu deck possui apenas as duas criaturas necessárias para o combo!

 

E é aí que entra dois personagens importantíssimos para a historia do cEDH, que possuem uma interação muito conhecida: 


 
 

Kiki & Zealous é o claro exemplo de como uma interação simples pode ser impactante para o jogo, podendo combar em instant speed por possuir ímpeto, se protegendo com o próprio efeito caso receba uma remoção pontual. 


Após a resolução da mágica e a entrada de ambos em jogo, conseguimos criar copias infinitas de Recrutas com ímpeto para finalizar os oponentes. 

 

Um detalhe crucial para utilizar essa estratégia é pensar comandantes que valem por mais de um corpo em campo, possibilitando que voce tenha dois alvos para o exílio, como por exemplo Kykar, Furia do Vento e Atla Palani, Cuidadora do Ninho, que geram tokens de criatura propícios para esse tipo de deck. 


 


Sem duvidas existem inúmeros outros combos utilizando Transformacoes Divergentes, mas como o foco é falar da cor, deixaremos isso para uma outra oportunidade. 


No geral, vermelho é uma cor que tem envelhecido muito bem quando se trata de atualizações nos lançamentos, principalmente agora que a dona WotC tem dado um pouco mais de visibilidade para cores menos valorizadas, e apesar de não ser como muitos esperam, através de estudos tem sido possível viabilizar muita coisa até então apagadas do commander, desde cartas singles até estratégias muito fortes. 


Espero que tenham gostado, e que esses dois artigos fomentem a vontade de criar coisas novas em cima de combinações de cores menos usadas, ou até mesmo criar/utilizar combos atípicos. 


Se voce tem alguma sugestão de assunto para discutirmos futuramente, ou tem alguma critica construtiva, deixe nos comentários para conseguirmos interagir sobre o assunto. 

 

Não se esqueçam de visitar o grupo cEDH Brasil no Facebook e acompanhar o trabalho da nossa equipe, que vem crescendo através das Live streams pela Twitch, nosso Podcast em todas as plataformas de áudio digitais, entre outros. 


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Por hoje é só pessoal, e até o próximo!

 


                                                                                                       por Jefferson Barbosa

Jefferson C Faria Barbosa ( D3AD)
Jefferson Barbosa, mais conhecido como Jeff, conheceu Magic em Lorwyn e desde então vem aprofundando seu amor por card games. Desde sempre se considerando um amante do competitivo, participou da criação do grupo cEDH Brasil e vem criando conteúdo sobre formatos multiplayer em projetos conjuntos e independentes!
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram
Comentários
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(Quote)
- 26/09/2020 10:23:03
Exato huntmaster. Se abriu o texto dizendo que não era para pensar na cor apenas como suporte e foi exatamente isso que o artigo fez. O godo é sim um deck fortíssimo, mas daretti, purphoros mereciam ser mencionados.
(Quote)
- 24/09/2020 21:25:11
Artigo legal. Mas ficou menor que o branco. Já que não abordou a força da cor e sim combinações. Deixou a cor com uma idéia de suporte e não como o principal
(Quote)
- 24/09/2020 19:37:52
Poxa, tava esperando o complemento do Boros...
(Quote)
- 24/09/2020 13:26:05
Que Delicia de Artigo
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